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Mais NotíciasNa garupa também se usa capacete
Na década de 70 a revista Quatro Rodas em comemoração ao lançamento de um novo modelo de motocicleta, promoveu um concurso no qual os leitores participavam enviando frases alusivas a esse evento. O autor da melhor frase teria como prêmio uma moto zero quilometro do modelo, ora lançado no mercado.
Confesso que enviei várias frases. Não ganhei. A frase premiada foi: “Na garupa também se usa capacete”. À época, não vislumbrei qualquer originalidade nessa frase que derrotou as minhas “tão mais criativas”. Hoje, após mais de quarenta anos, percebo a genialidade do autor que, em um tempo que pouco se falava em segurança no trânsito, teve a percepção e a sensibilidade de criar uma mensagem ainda tão válida nos dias atuais.
O motivo dessa recordação me foi incitado por um acontecimento recente. Ao atender inúmeros pacientes com trauma grave, em especial no crânio, em um hospital da rede pública no interior do estado do Maranhão, perguntei ao médico socorrista se os pacientes que ali chegavam faziam uso do capacete. Para surpresa minha, tive conhecimento que nesse município existe uma orientação da polícia militar, para que o carona da moto não use capacete a fim de coibir assaltos na região. Caso se configure a “infração” o condutor terá a moto apreendida e pagará multa. Óbvio que ninguém quer usar capacete.
Em recente noticiário de um jornal televisivo ficou demonstrado que 50% dos acidentes de trânsito com vítimas fatais ou sequelas graves tem como pano de fundo, motocicletas e ingestão de bebidas alcoólicas.
Um conselho aos Detrans: esqueçam o papel de polícia e façam o seu trabalho.
Pergunto: - em pleno século XXI, quantas cabeças terão que rolar no asfalto para que tal (des) ordem seja revogada?
Adolfo Paraiso
Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do MA