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27.08.2010

Greve dos residentes é mantida e proposta do governo é rejeitada

A greve dos médicos residentes não vai terminar enquanto o governo federal ater-se à proposta de reajustar as bolsas em somente em 20%, índice rejeitado pela categoria no começo da paralisação, há dez dias. Essa é a resposta unânime de todas as Assembleias Estaduais realizadas nesta sexta em todo o País e que decidiram manter a greve. Na prática, a posição do governo em manter o mesmo índice equivale a se negar a negociar enquanto durar o movimento paredista.

As entidades médicas nacionais (Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos) vão auxiliar mais ativamente na negociação direta com a área federal. “Os residentes foram extremamente maleáveis, oferecendo contraproposta e dispondo-se a dialogar, mas esbarraram na intransigência governamental”, afirmam representantes da Comissão Nacional de Greve. “Não voltaremos às atividades sem melhoria da proposta e abertura de mesa para discutir os demais pontos da pauta de reivindicação”.

Conforme a lideranças dos residentes, os atendimentos não foram interrompidos de forma intempestiva. “Desde abril negociamos sem sucesso, e tivemos de apelar para o recurso da greve. Sabemos que os últimos dois reajustes só vieram mediante paralisações de atividades que demoraram mais de um mês, e ambas conseguiram índices acima dos 30%”. Segundo a ANMR, é amplamente factível uma reposição maior. “Trata-se de um investimento na qualificação dos serviços e não aumento de custo”, defende a direção da ANMR.

Ontem (26/8), o núcleo da Comissão Nacional de Greve entregou contraproposta ao MEC com reajuste de 28,7, indicando que a aceitação encerraria a greve iniciada no dia 17. O Governo preferiu manter congelada a proposta, induzindo a situação a um impasse. Junto com a Comissão de Greve, a ANMR proporá à categoria o imediato retorno ao trabalho se o Ministério reajustar as bolsas-auxílio no nível solicitado em setembro e mais 10 pontos percentuais daqui a 12 meses. Além disso, solicitaram que no grupo de trabalho interministerial sejam debatidas as demais reivindicações da categoria – 13ª bolsa, reajuste anual, pagamento dos auxílio alimentação e moradia e licença maternidade de seis meses.

Fonte: ANMR

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