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11.07.2013

O II Congresso Maranhense de Medicina

                                                                                                          José Márcio Soares Leite

                                   
   Tendo como enfoque as doenças crônicas não transmissíveis - o desafio do século XXI, realizou-se em São Luís no período de 26 a 29 de abril, o II Congresso Maranhense de Medicina, com a participação de 3.000 inscritos, o qual teve como objetivo fomentar o intercâmbio científico e a troca de experiências entre os médicos dos mais avançados centros médicos do país e os profissionais e estudantes da área da saúde do Maranhão e  do Brasil.
As doenças crônicas não transmissíveis são aquelas geralmente de longa duração e, por isso, levam um tempo mais longo para serem curadas ou, em alguns casos, não têm cura. A maioria dessas doenças está relacionada ao avanço da idade e ao estilo de vida – maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse – característicos das sociedades contemporâneas e  compreendem: as doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, endócrinas, reumatológicas, pulmonares, com maior incidência do diabetes, da hipertensão,  dos acidentes vasculares cerebrais, do câncer, que são causa de 60% da mortalidade no mundo.
Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, cerca de 75% das pessoas com mais de 60 anos no Brasil têm alguma doença crônica e, para o Ministério da Saúde, esta é a principal causa de óbito no país. Se nada for feito para gerenciar as doenças crônicas, em 10 anos, as mortes em decorrência delas aumentarão 17%.
        Em seu mais recente livro, as redes de atenção à saúde,  Eugênio Vilaça Mendes, Consultor da Organização Panamericana da Saúde (OPAS), descreve com muita propriedade, a situação de saúde decorrente do que ele denomina a tripla carga de doenças existente no Brasil, que compreende: 1º- o grupo de doenças infecciosas, parasitárias, a desnutrição, as doenças de origem materno/perinatal; 2º- as decorrentes dos acidentes e de violências; 3º- as doenças crônicas não transmissíveis, que já respondem por 66,3%, da morbidade geral no Brasil.
      Eis a razão porque deve haver uma coerência entre a situação de saúde da população, expressa, especialmente, pelas situações demográficas e epidemiológicas, e a organização dos sistemas de saúde.
                 Os municípios, que representam a célula mater do Sistema único de Saúde (SUS), segundo o que está disposto na Constituição Federal, precisam urgentemente de mais recursos para a saúde, de forma a que possam desenvolver no mínimo ações básicas em saúde, e garantir a integralidade da atenção à saúde, por meio de uma articulação com os municípios maiores de sua região ou macrorregião de saúde, conformando o que denominamos de regionalização solidária. 
A Secretaria de Estado da Saúde, vem reforçando a atenção de média e alta complexidade, de forma regionalizada, redesenhando o modelo de atenção à saúde, de forma a que sua rede própria possa atuar na retaguarda dos atendimentos prestados pelos municípios, constituindo uma rede única (RAS), articulada, integrada e regulada.
           Nesse contexto, congressos como o que ora finda, são por demais importantes, são fundamentais para o permeio de expertises na área da medicina, permitindo o aprimoramento dos médicos e demais profissionais da área da saúde e contribuindo decididamente para a qualidade da atenção à saúde prestada às pessoas em nossos serviços de saúde.

*Professor Doutor em Ciências da Saúde. Subsecretário de Estado da Saúde. Presidente da Academia Maranhense de Medicina.
Publicado no jornal O Estado do Maranhão, de domingo 30 de junho de 2013.

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